Para além da tia Jo
Sempre com um sorriso no rosto e muita simpatia, Jociane da Silva, a "tia" Jo, conversou conosco sobre sua trajetória de vida. Nascida e criada no bairro de São Dimas, em Colombo, teve uma infância tranquila. Morava em uma casa com um terreno grande, cheio de árvores frutíferas. Costumava brincar bastante, mas sozinha, pois seu irmão é 9 anos mais velho. Guarda com carinho e saudade as ótimas lembranças desse tempo. Seu pai fazendo churrasco aos domingos com maionese e refri gasosa.
Depois que se casou, aos 17 anos, sentia-se muito sozinha com seu marido sempre trabalhando, então engravidou por vontade própria. Tem um relacionamento muito próximo com sua primeira filha, Greice, hoje com 21 anos. Quando era pequena sonhava em ter uma irmã e, realizou o sonho quando teve sua filha. "Ela cuida mais de mim do que eu dela”, diz em tom de brincadeira. Seu filho Rafhael veio cinco anos depois. A Greice também queria muito uma irmã, mas o que ela conseguiu foi um irmão. Para Jo “O amor é igual”.
Se mudou apenas uma vez, para o bairro CIC (Curitiba), quando Greice ainda era bebê. O CIC era outro mundo, as pessoas não eram muito simpáticas e ninguém conversava. Como não gostou da vizinhança, ficou lá apenas por um ano. Resolveu voltar ao São Dimas, onde está até hoje.
Gosta muito de bichos e queria um que ficasse com ela o tempo todo, igual a um filho. Então comprou uma cachorrinha, a Kyara, uma Lhasa Apso hoje com 6 anos. As duas estavam juntas durante nossa entrevista. “Meus três filhos são o mais importante”, diz, incluindo a cachorrinha em seu coração de mãe.
Ao falar dos momentos mais decisivos de sua vida, ela relembra a recente separação, após 22 anos de casamento. Foram anos pensando, seus filhos crescendo e observando sua vida meio sem graça. Para ela esse momento foi muito bom, foi quando se encontrou. Antes vivia em função do marido, hoje ela faz por si mesma.
A academia faz parte de sua vida, tanto que já estava vestida para o treino durante a conversa. Teve uma fase em que começou a ficar doente: seus hormônios estavam desregulados, tinha gordura no fígado e chegou a achar que estava grávida, porém descobriu que era hipotireoidismo. “A água bateu na bunda” disse ela, ou entrava pra academia ou ficava doente. A partir disso, mudou a alimentação e começou a praticar exercícios físicos todos os dias. Foi emagrecendo e se tornou fitness. “Me sinto muito melhor” ela relata.
Há 10 anos no Colégio Estadual João Gueno, não se vê trabalhando em outro lugar. Ela ama o que faz e é extremamente competente em seu trabalho. Apaixonada por esse ambiente escolar, acredita que existe união e amor e que não há distinção entre os professores e os demais funcionários. Um momento marcante em sua trajetória no colégio foi ser homenageada durante a aula da professora Miriane. Os alunos aos quais ela chama de "minhas crianças" ou ainda "meus filhinhos" fizeram um vídeo sobre sua vida. Ela achou muito lindo e guarda com carinho o cd até hoje.
Segundo seu filho Rafhael: “Uma guerreira que não desiste dos seus sonhos” e muitos ela já realizou. Fez faculdade de pedagogia, queria muito segurar o canudo de formatura e chacoalhar. Foi mãe, emagreceu… Ainda tem alguns sonhos para realizar: Queria trabalhar na secretaria da escola (mas diz que só sai da cozinha se for por concurso), quer andar em todos os meios de transporte “agora só falta o avião” e quer um carro próprio.
Não tem muitos medos, diz ser muito abusada e faz mesmo com receio de dar errado. Porém um medo ela tem… de aranha. Para se divertir gosta de passear no shopping e ir ao cinema com os filhos. E deixa uma dica: nada de comprar pipoca! Vai na Americanas e compra balinhas fini e guloseimas, seu bolso agradece!
No futuro, ela se vê “melhor ou pior, depende do ponto de vista” (risos). Se imagina baladeira, mais fitness, curtindo a vida e com seus filhos independentes.
Por: Gabi Cortellete e Jucimara
Edição: Joana Tápea