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CINEMA

Parasita: uma crítica às classes sociais

Lançado em novembro 2019 por Barunson E&A Corp e dirigido pelo diretor sul coreano Bong Joon-ho, Parasita é ganhador de 4 Oscars (2020)  e conta a história dos Kim, uma família extremamente pobre que vive nos subúrbios da cidade de Seoul.

Por Yasmin da Silva Ribeiro

Edição: Thiago Fedacz Anastacio

       Por não ter nenhum emprego ou outra renda fixa, a família estava sempre em busca de pequenos serviços. Mas tudo muda quando um amigo de Kim Kiwoo (filho da família Kim) lhe presenteia com uma rocha ornamental que atrai sorte financeira. O amigo conta para Kiwoo que tem um emprego para lhe oferecer. Kiwoo então é indicado pelo seu amigo para dar aulas de inglês à Park Dahye (a filha da família Park). A Família Park, ao contrário dos Kim, era milionária e vivia em uma grande mansão na parte rica da cidade. Os Parks contrataram Kiwoo por meio de recomendações dadas pelo antigo professor. 

       Vislumbrado pela luxuosidade da casa, o rapaz e sua família arquitetam o que seria um plano perfeito para retirar cada funcionário da residência e indicar um membro da família para trabalhar se passando por um subordinado exemplar, e assim, fazendo os Park contratarem uma família inteira sem que soubessem. Porém, um acidente acaba revelando um grande segredo da antiga governanta da casa, o que pôs em risco o plano dos Kim. Enquanto eles tentam manter as aparências de meros empregados, o filme nos mostra quem é a verdadeira família parasita nessa história.

       Assistindo ao filme, é fácil identificar  a crítica que ele carrega. Por exemplo, isso fica evidente na maneira como o diretor usou vários jogos de luzes para diferenciar contextos. De um lado, pouca luz do sol e os tons frios relacionados à miséria, à pobreza e ao mofo na casa dos Kim. De outro,  excesso de luz do sol e tons quentes destacam a riqueza, a fartura e a comodidade na mansão dos Park. Em outras cenas também ficam claras as desigualdades entre as famílias, como por exemplo quando a família Kim desce um grande lance de escadas no meio de uma tempestade à noite para voltar aos subúrbios, demonstrando assim que estavam saindo do alto padrão de vida e voltando para baixo. Ou quando a senhora Park fala ao celular com sua amiga sobre como a tempestade da noite passada foi uma bênção por ter limpado o céu e o Senhor Kim, que dirige o carro, está deprimido justamente pelos estragos provocados pela mesma tempestade que alagou sua casa. 
       Seja por meio de recursos de iluminação ou nas cenas carregadas de significados implícitos, o filme faz jus à crítica que tenta levantar de que o único jeito de fazer duas classes sociais diferentes interagir é por meio de uma relação trabalhista em que a maioria das vezes a classe mais baixa é injustiçada e acaba servindo à classe mais alta. Recomendo o filme, pois o considero muito bom e bem produzido.

Django Livre (2012)

O filme dirigido por Quentin Tarantino traz como temas o racismo e a discriminação racial em um contexto de velho oeste

Por Ramon Antonio de Souza Biora

Edição: Thiago Fedacz Anastacio

       Django foi lançado em 2012 e dirigido pelo conceituado diretor Quentin Tarantino, que anteriormente havia produzido Bastardos Inglórios, outro dos seus renomados filmes, aumentando mais a cobrança na sua nova obra. O filme custou cerca de US$100 mi, porém, lucrou quase US$400 mi. Com um elenco renomada, um dos melhores diretores da historia e muita verba, o longa foi indicado às categorias do Oscar de melhor filme, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original, melhor
fotografia e melhor edição de som, faturando duas estatuetas.

       A história se passa antes da Guerra Civil Americana, porém, não tem relação direta com ela. A narrativa é contada por dois personagens: Django, um escravo e Dr. King Shultz, um
caçador de recompensas. Ambos se encontram com vidas totalmente diferentes, mas que têm uma ligação. Com passar do tempo, essa relação vai aumentar, colocando ambos com a vida em risco.

       A narrativa forte trata de assuntos importantes, como a discriminação racial e até onde vai o ser humano para conseguir cumprir seus objetivos, muitas vezes indo contra a própria
ética. Seus personagens são carismáticos, têm personalidade e todos são muito bem interpretados.
       O filme começa sem enrolação, apresentando os dois personagens principais, Django e Dr. King Shultz. Desde já fica claro que o racismo e o preconceito vão ser muito abordados. Além disso, eles mostram a malícia do Dr. Shultz e todo seu carisma, algo que é muito importante para a história.
       Na metade do filme, as coisas começam a parecer monótonas, mas na realidade o roteiro está "adubando" a próxima fase do longa, que para mim é a melhor parte do filme e um dos
melhores marcos da história do cinema! Eles mostram novos personagens, cada um com a sua peculiaridade. Deixam o filme mais pesado, abordando a ética do ser humano. Fazem cenas
ótimas, cenas de ações e deixam a entender que todo personagem pode morrer, o que faz o telespectador ficar receoso, já que é fácil de se apegar a eles.
       A direção desse filme é um espetáculo à parte,. Tarantino conseguiu trazer muitos simbolismos com ela, tendo jogos de câmeras espetaculares. Um que eu gostei muito foi que a câmera vai
evoluindo com o personagem Django. No início, ela sempre o mostra de cima pra baixo, diminuindo-o, dando a impressão de que ele é fraco, mas com passar do tempo, a câmera pega ele de baixo pra cima, tornando o personagem mais imponente. Isso é algo
pequeno, mas deixa tudo mais bonito. Além disso, há alguns planos de sequência que são muito bons e que dão um refinamento às cenas. 
       A fotografia é o que mais me chamou a atenção. Ela é linda em todo frame do longa. Com a ajuda da paleta de cores é possível fazer um quadro. A trilha sonora tem uma pegada western (faroeste) e muitas das obras são originais de parcerias
com os gênios Ennio Morricone e James Brown. As canções encaixam perfeitamente, trazem tensão, medo, deixam quem está assistindo com medo e às vezes nos emocionam. Uma música
que deixa isso bem claro é Freedom.
       Esse filme é magnífico e incrível em todos os aspectos. Para mim, o Tarantino conseguiu superar Pulp Fiction (sua criação mais famosa, outra obra-prima). Minha única ressalva
é que no final do filme, quando toca um rap, achei que tirou a imersão que senti, preferiria que tocasse algo mais country, já que o filme é do velho oeste. Porém entendo o porquê dessa escolha. Dito isso, esse filme é um dos melhores da história e é o meu
preferido.

Coraline e o Mundo Secreto​​

O filme foi baseado no próprio livro de Coraline, de Neil Gaiman. Teve Henry Selick no roteiro e na direção, e como sua produtora o Studio da Laika.

Por Lucas Guilherme Girotto da Silva

Edição: David Milani e Ghislain Hwn

       O filme conta a história de uma menina, chamada Coraline, ela se muda com seus pais para um pequeno e antigo vilarejo. Logo Coraline encontra uma pequena porta na casa em que eles se mudaram, a porta dá acesso a uma dimensão alternativa, semelhante a sua, mas aparentemente melhor. O que acontece é que essa dimensão é dominada por uma bruxa conhecida em algumas mitologias como Beldan. Ela cria ilusões para atrair crianças e as aprisiona, arrancando seus olhos e colocando botões no lugar deles, para se alimentar de sua alma. Caroline recusa a oferta da Beldan. A Bruxa aprisiona seus pais na outra dimensão,Coraline com sua inteligência e coragem volta ao outro mundo para salva- los.
       O filme e o livro, deixam muitas dúvidas aos leitores e espectadores. Isso fez com que as pessoas começassem a criar teorias malucas, tentando descobrir mais sobre esse universo criado por Neil Gaiman. Há teorias que explicam a história dos personagens, e também o enredo.
       Por mais que a animação pareça ser destinada ao público infantil, a misteriosa história e sua estética cativante, faz com que “Coraline e o Mundo Secreto” deixe as pessoas confusas e até gere medo nas crianças. Recomendo esse filme para pessoas curiosas por que a história vai bem mais além do que o filme!

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A Culpa é das Estrelas

Baseado em um livro e em uma história real de drama e romance, “A Culpa é das Estrelas” foi o grande vencedor do prêmio MTV Movie Awards e votado como melhor filme do ano em 2015.

Por Luana Napoleão Valdera

Edição: Paula Bulka

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       O filme “A Culpa é das Estrelas” (The fault in our Stars) foi produzido no ano de 2014 por Josh Boone, nos Estados Unidos. O longa é baseado no livro de mesmo título, escrito por John Green, que conta a história de Esther Earl, uma garota que faleceu de câncer na tireoide em 25/08/2010 com 16 anos. John Green decidiu fazer o livro para homenagear sua amiga. 
       Interpretada por Shailene Woodley, Hazel Grace é uma adolescente que sofre de câncer terminal e por conta da doença se fecha para relacionamentos. Sendo obrigada pelos pais a participar de um grupo de apoio, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort) e se apaixona. Augustus tem uma das pernas amputadas por conta do câncer e só participa do grupo de apoio por causa de seu amigo Issac (Nat Wolff) que é cego por causa da doença. 
       A atriz Shailene ganhou o prêmio de melhor atriz no papel de Hazel..
       Eu gosto muito do filme, apesar de chorar todas as vezes que assisto.

       Ele é muito interessante por ser baseado em fatos reais, pois assim podemos ver como as pessoas com a doença enfrentam seus problemas e preconceitos…

       Recomendo que assistam, pois o final vai te impressionar…

O Menino que Descobriu o Vento

Nesta resenha vou contar um pouco sobre a história do filme “O Menino que Descobriu o Vento” e alguns pontos que achei interessante destacar sobre a obra. Contém spoilers.

Por André Luiz Tomaz Ceccon Darolt

Edição: Lucas Daniel

       Em Malawi, país no sudeste da África, William Kamkwamba, de 13 anos, era um garoto muito inteligente. Ele gostava de ir à escola, mas não conseguia manter seus estudos por conta da baixa renda de sua família. Devido a um período de chuvas fortes, a população que sobrevivia dos produtos agrícolas ficou impossibilitada de realizar a colheita. Logo depois aconteceu uma seca rigorosa que impediu a plantação e assim se iniciou um período de muita necessidade e fome na região. Sem a ajuda do governo, as pessoas passaram a lutar por comida. Muitos passaram até a furtar e saquear casas.
       William convence a diretora de sua escola a deixa-lo usar a biblioteca para conseguir estudar. Lá ele encontra um livro sobre energia eólica e passa a ir todos os dias escondido para ler. Depois de um tempo o garoto utiliza seus conhecimentos sobre engenharia e eólica para construir um moinho de vento, que tinha a intenção de ajudar Malawi nos períodos de seca,pois o invento colheria a água de um poço. O aparato então foi feito com a bicicleta de seu pai e diversos itens de um lixão. Esta inovação permitiu a irrigação da plantação e contribuiu para salvação das pessoas daquela região.

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       Esse belo filme - baseado em fatos reais - nos dá um exemplo da importância dos estudos, do respeito ao próximo e ao meio-ambiente. O filme também nos faz refletir sobre nosso estilo de vida e sobre como nós desvalorizamos algo comum, mas que para muitos pode ser um privilégio. Outra coisa a se destacar é que só conseguimos entender o título no final do filme, quando o menino termina o moinho de vento.

       “O menino que descobriu o vento” (título original: “The boy who harnessed the wind”), foi dirigido por Chiwetel Ejiofor e foi lançado em 1 de março de 2019 pela Netflix. A obra tem a duração de 113 minutos, com classificação não recomendada para menores de 14 anos.

Até o Último Homem

Um filme que gosto muito e que conta uma história incrível de superação

Por João Henrique Gueno

Edição: Mariana Pallú

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       “Até o Último Homem”, um filme que conta a história de Desmond Doss, um homem que ia contra todas as regras do exército enquanto lutava na segunda Guerra Mundial. Ele não pegava em armas devido a recordação de uma situação vivenciada durante sua infância, na sua família.
       No filme, Doss conhece uma enfermeira que coletava sangue no hospital. Ele se apaixona por ela, chegando ao ponto de simular que no dia seguinte precisava novamente fazer exames, só para vê-la. Assim, a convenceu a sair com ele. Eles foram até uma montanha onde Doss brincava com seu irmão e depois disso
começaram a namorar. Gostei muito dessa parte, achei mais interessante ele a chamar para uma montanha, ao invés de um restaurante por exemplo, que é mais comum.

       Depois de um tempo juntos, o médico resolve se alistar no exército. Chegando por lá, não queria pegar em armas e foi julgado pelos seus colegas e comandante. Uma vez foi espancado no dormitório. É um momento tenso do filme, pois Doss insiste
que sua missão está em salvar vidas, achei da parte dele muito persistente, mesmo os outros não acreditando no seu potencial e religião.

       Na batalha de Okinawa, contra os japoneses, Doss estava atuando normalmente como médico, até que os japoneses começam a avançar e ganhar terreno. Vendo isso o batalhão recuou e correu, mas o médico não. Vendo homens
feridos, ficou para ajudá-los, ia levando de 1 a 1 até a beira e descendo-os com uma corda. Essa parte é minha preferida, mesmo correndo risco de morte, insiste em salvar seus amigos e colegas, um ato heroico da parte dele.

       A “luta” de Doss continua, atingindo seu ponto máximo ao ser atingido em uma das batalhas. Mesmo pelo acontecimento na outra batalha, ele persiste e vai para o combate. Mesmo ferido fez que seu batalhão ganhasse por conta de sua oração. Todos devem ver esse filme, conta uma história real e muito diferente, você gostará tanto que vai querer assistir mais de uma vez!

Animação aborda o destino e a troca de corpos de uma forma inesperada.

"Your Name" fala sobre o tempo e como o destino e o amor de duas pessoas pode estar além deles

Por Fabiane Polli Santos

Edição: Mariana Pallú

       “Your Name” (“Kimi no na Wa”) conta a história de dois adolescentes, Mitsuha, uma garota de 17 anos que vive em um pequeno vilarejo chamado Itomori e que deseja a vida agitada de Tóquio e Taki, é um garoto do ensino médio que vive em Tóquio e está sempre à procura de algo, mas não sabe o que é. Tudo começa quando a chegada de um cometa cruza os destinos de ambos. Em uma manhã qualquer, Mitsuha e Taki acordam no corpo um do outro sem saber se aquilo é real ou apenas um sonho. Ao longo do filme ambos vão fazendo descobertas chocantes sobre os acontecimentos envolvendo o cometa, mas ao mesmo tempo criam um carinho um pelo outro e vão aprendendo coisas valiosas sobre a vida e o quão importante ela é.
       A temática abordada no filme sobre troca de corpos e acontecimentos sobrenaturais não é algo novo, pois já vimos muitos filmes que seguem essa linha como por exemplo “Sexta-feira muito louca"; um típico filme da Disney, o qual que gosto muito. Mas “Your Name” não é um filme que fala apenas sobre troca de corpos e amor, mas sim sobre a fragilidade dessas relações durante a vida e mostra o quão fácil é esquecer quem é e o que é importante para nós e como é possível esquecer até de quem somos.

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       Já recomendei “Your Name” para muita gente porque foi simplesmente um dos filme de que mais gostei até hoje. Posso assisti-lo milhares de vezes, mas sempre vou rir e chorar junto com os personagens e perceber o quão a trilha sonora se encaixa perfeitamente com as cenas e como as animações desenhadas à mão são impecáveis. Isso é retratado por meio de um uso incrível de sombras e luzes. A única coisa não me agradou foi o final da história. Confesso, eu gostaria de ter visto um final
mais completo, mas também não vou falar que o final foi horrível por que não foi, talvez você assista e goste do final do filme.

       Não é a toa que os filmes de Makoto Shinkai, diretor e autor de “Your Name”,atraem uma certa atenção do público. Os filmes do diretor que eu assisti nunca me decepcionaram,  nem em relação à animação ou trilha sonora, nem com a história abordada. Mas de uma coisa eu tenho certeza: é de que eu me emocionei com todos os seus filmes. Eles tem uma história tocante, que te prende do inicio ao fim e sempre vai te deixar chocado e é disso que eu gosto nos filmes dele. Por isso que eu, com toda a certeza, recomendo os seus filmes sem hesitar. Os que eu mais gosto são "O Jardim das Palavras" ("Kotonoha no Niwa") e "O Tempo Com Você" ("Tenki no ko"), pois a história de ambos são muito cativantes e eu amo a forma de como elas me agradaram.

Clube da Luta e a Sociedade

Quebrando a primeira regra do clube da luta

Por Gustavo Luiz Gregorio e Ana Luiza de Souza da Silva

Edição: Gabrielle Marina

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       Clube da Luta é um filme de drama e suspense, lançado nos últimos suspiros do século XX, no ano de 1999. Foi dirigido por David Fincher, que se inspirou no livro de mesmo nome e escrito por Chuck Palahniuk. O longa-metragem procurou manter o
mesmo mundo caótico e humor negro do livro, o próprio Chuck afirma que o filme é um bom complemento de sua narrativa.
       A obra se passa na vida de um executivo deprimido (Edward Norton), que não possui um nome certo no filme, sendo chamado muitas vezes de Jack ou Narrador, este tenta suprir seu vazio interior comprando muitas coisas, muitas vezes sem propósito, na esperança de se sentir bem. Além disso, como solução para sua insônia, ele começa a frequentar grupos de auto-ajuda, onde conhece Marla (Helena Bonham Carter) e, posteriormente, Tyler Durdem (Brad Pitt).

       Após conhecer Tyler em uma viagem de avião, o narrador volta para sua casa e a encontra em chamas, assim necessitando de um lugar para viver temporariamente. Ele escolhe a casa de Tyler, que logo o aceita. Os dois vão para um bar para que o narrador afogue suas mágoas da forma mais masculina possível: bebendo e falando sobre coisas completamente aleatórias com um amigo, no caso o até então desconhecido Tyler. Após ficarem bêbados, eles saem do bar e Tyler pede ao narrador para lhe dar um soco, somente para ter uma briga, e assim o fazem. Depois da briga, o narrador percebe que aquele ato primitivo o fez sentir ainda melhor do que os grupos de auto-ajuda, e assim, eles criam o "clube da luta". O intuito deste clube é de que eles devem lutar para se sentirem vivos, sem usar armas e sem manter rancor, apenas lutas casuais e sem motivos pessoais.

       Depois de lutarem algumas vezes atrás do bar, alguns outros homens os percebem e então pedem para Tyler e o narrador para que possam entrar no clube. Eles aceitam e com o tempo o clube vai aumentando cada vez mais, de mesma forma que as fraturas e contusões em seus participantes, até o momento em que eles decidem criar regras para que o clube não saia de controle e se torne só mais um meio comum entre qualquer pessoa. As regras são simples e objetivas: "A primeira regra do Clube da Luta: você não fala sobre o Clube da Luta. A segunda regra do Clube da Luta: você não fala sobre o Clube da Luta. Terceira regra do Clube da Luta: se alguém gritar 'para!', fraquejar, ou sinalizar, a luta está terminada. Quarta regra: apenas dois participantes numa luta".

       Porém, as primeiras duas regras eram quebradas e o clube só aumentava noite após noite. Com o passar do tempo o clube teve objetivos mais ambiciosos vindo da parte de Tyler, objetivos esses que envolvem destruir e causar caos na cidade. O narrador não está de acordo com isso, por isso planeja parar Tyler e seus planos, mas isso não vai acontecer facilmente e trará reviravoltas inesperadas para qualquer um que esteja assistindo.

       Clube da luta é um filme recheado com todos os tipos de críticas, sendo as principais: crítica sobre masculinidade e emasculação, crítica ao consumismo, crítica sobre a sociedade aos moldes femininos e seus resultados nos homens, entre outros.

       "Somos uma geração de homens criados por mulheres, queria saber se realmente é de uma mulher que precisamos", essa é umas das frases de Tyler que demonstra a necessidade masculina por aceitação feminina e a emasculação masculina em suas criações carentes de figuras paternas. Cada ano vem aumentando o número de crianças que crescem sem um pai, atualmente estando no Brasil mais de 5,5 milhões de casos (dados da CNJ)¹, a inexistência de uma figura paterna é comumente ignorada por movimentos feministas que apoiam a ideia de que "uma mãe pode ser um pai". O que, assim como apontado no filme e na sociedade, está errado, já que os garotos são emasculados e crescem com a ideia de que não necessitam ser fortes, corajosos e independentes, muitas vezes ainda vivendo dependentes de suas mães mesmo depois da vida adulta (estatísticas do IBGE)². Mas o pior disso é a dependência feminina resultada disso, fazendo com que homens estejam a todo momento querendo "agradar" mulheres, buscando sempre aceitação e amor incondicional, o que nunca vai ser provido já que assim como o filme demonstra, e a sociedade também, homens não são amados incondicionalmente de nenhuma forma. Desde os primórdios da humanidade os homens são mais descartáveis do que mulheres, tanto em guerras e desastres quanto em coisas mais atuais, como trabalhos, onde a quantidade de homens que se relacionam com mulheres desempregadas é maior que o contrário, assim mostrando a noção de "provedor" empregada ao homem, apontando o interesse de mulheres em um homem sendo em maior parte o dinheiro do que o indivíduo (Forbes women)³.

       "Você não é seu emprego, nem quanto ganha ou quanto dinheiro tem no banco, nem o carro que dirige, nem o que tem dentro de sua carteira, nem as calças que veste" é uma das muitas frases que criticam o consumismo moderno por artigos desnecessários e que não trazem felicidade ou satisfação, apenas são formas de ocupar nosso tempo para que não percebamos o quão vazias nossas vidas são.

       A ideia de irmandade é muito explorada no filme, sendo o clube da luta uma personificação dela, e o que é a irmandade? Irmandade é um vínculo exclusivo de grupos de homens que partilham os mesmos interesses e ideais, dando suas vidas pelo grupo que eles tratam como sua família, a única que eles podem esperar amor incondicional. A irmandade é uma ideia antiga que remete há séculos, seja nos espartanos ou qualquer outro grupo de guerreiros antigos, ou recentes, esse é o vínculo masculino do único grupo que realmente é importante para um homem.

       Clube da luta é um filme que critica a visão comum do homem visto pela sociedade, que vê a masculinidade como algo tóxico e ultrapassado. Porém, o filme e aqueles que concordam com suas críticas não apoiam suas ideias com cartazes e passeatas em busca de direitos ou amor, apenas fazem o que homens sempre fazem, contam piadas de humor duvidoso e extravasam seus sentimentos com qualquer coisa que façam eles o esquecerem. Porque é isso que é ser um homem e é isso que os diferencia de mulheres.

[Referências]
1. Estudo sobre a falta de país na sociedade brasileira, o que também se aplica para todos os países além deste:
2. Notícia e estudo sobre a quantidade de adultos que ainda moram com os pais, por mais que a pauta sobre mães aumentarem estes casos não seja explícita no texto, é inegável que seja um dos fatores, considerando o arquétipo de uma mãe que protege seus filhos e a quantidade crescente de mães que criam seus filhos sozinhas:
3. Estudo mostrando dados sobre interesses femininos em relacionamentos:

Homens Mortos Não Contam Histórias

Resenha sobre o filme Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar - Sem spoilers

Por Francisco Rosenente Neto

Edição: Patrick Tales

       O mais recente lançamento de Piratas do Caribe é parte de uma franquia de, até o momento, 5 filmes. Chegou às telonas brasileiras no dia 25 de maio de 2017, causando alvoroço e expectativas nos fãs que acompanham a jornada do Capitão Jack Sparrow. Além dele temos a volta de Will Turner, Gibbs e Hector Barbossa. E novos rostos como Capitão Salazar, Carina Smyth e Henry Turner.
       O título original traduzido do inglês seria: Piratas do Caribe: Homens Mortos Não Contam Histórias, o que faz referência a uma fala do antagonista “Você pode dizer isso a ele? Eu mesmo diria isso, mas, homens mortos não contam histórias” Com um olhar crítico, este seria um título melhor para a obra.

       O filme produzido pela Disney, se passa 17 anos depois dos eventos dos títulos de No Fim do Mundo e Navegando em Águas Misteriosas. Jack é perseguido por um antigo inimigo, Armando Salazar, um capitão espanhol, que tem a missão de “purificar” os mares, matando todos os piratas. Porém foi morto e aprisionado no “pós-vida” por uma armadilha feita pelo protagonista, assumindo assim o comando do navio com a morte do antigo comandante.

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       Nesta história temos dois novos protagonistas secundários, a astrônoma Carina buscando encontrar seu pai que a deixou num orfanato com apenas um diário, objeto chave para a narrativa, pois indica o caminho para o artefato
místico que possui o poder de romper todas as maldições do mar, o qual Henry Turner está atrás para assim poder libertar o próprio pai, Will Turner, que está preso a função de capitão do navio Holandês Voador desde o terceiro filme No
Fim do Mundo no lugar de Davy Jones. Assim, essa trupe se cruzará para enfrentar a grande ameaça, Capitão Salazar. Juntamente com Barbossa,antigo desafeto de Sparrow, agora um rico e temido capitão de uma armada pirata.

       A marca rendeu mais de três bilhões de dólares só com a bilheteria durante esses 14 anos de filmes. Quando se passa muito tempo desde o lançamento de um clássico, a continuação pode se tornar muito “superficial” e “fora de contexto”, mesmo que tenha um enredo compatível e coerente. A tecnologia de efeitos especiais e o envelhecimento natural dos atores, não supera as expectativas. O filme foi feito aos moldes do roteiro do primeiro filme “Capitão Jack e um casal enfrentam um grupo de piratas mortos-vivos” o que dependendo da opinião em relação à obra, torna um tanto previsível.

       Há falhas primárias, porém imperceptíveis no geral, a obra continua sendo muito boa, recomendo, não somente esse título, mas a franquia inteira,num todo é cheia de aventuras, com homens que têm histórias de amores e vinganças em busca de tesouros, tudo com bastante humor.

       P.S: A cena pós créditos possui um easter egg deixando implícito a filmagem da próxima obra que será o fechamento a uma das únicas e mais famosas franquias com temática pirata em escala mundial. Aguardamos pela continuação, embora ainda não confirmada oficialmente.

Escritores Da Liberdade

Um filme baseado em um diário escrito por uma professora e sua classe

Por Milena Yasmin dos Santos

Edição: Patrick Tales

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       Lançado no ano de 2007, o filme Freedom Writers (Escritores da Liberdade) é baseado no livro The Freedom Writers Diaries (o Diário dos Escritores da Liberdade) contendo relatos de uma professora e dos diários de seus alunos da sala 203 na escola Woodrow Wilson (em Long Beach, Califórnia). Com uma duração de 112 minutos e dirigido por Richard LaGravenese, ele alcançou 43,1 milhões de USD em bilheteria.
       O enredo traz como protagonista a recém-formada professora Erin Gruwell (Hilary Swank), chegando em uma escola de periferia com objetivo de lecionar para alunos do primeiro ano do ensino médio de uma integração voluntária. Ela se depara com discentes desinteressados e rebeldes,marcados pela descrença, violência e desmotivação, com uma grande tensão racial e divisão de grupos de acordo com suas etnias, dentro de sua turma.

       A professora busca maneiras de engajar os alunos. Suas ações geram repercussões ao longo do tempo. Seus discentes reconhecem valores,tornando-se mais tolerantes e adquirindo a confiança em si mesmos. Ao final, fica evidente a necessidade da criação de vínculos sociais em uma sala de aula e a reavaliação do sistema educacional como um todo.

       Trazendo histórias admiráveis e um intenso drama, o filme é marcado por momentos emocionantes e de superação. Uma narrativa fascinante, que expõe a persistência e o amor de uma professora, mesmo com dificuldades para exercer sua profissão, conseguiu transformar a vida desses jovens, lhes dando uma nova perspectiva de vida.

       Com uma boa avaliação crítica, feita por cerca de 29 profissionais, o filme alcançou uma pontuação de 64% no Metacritic e obteve do público usuário do site uma nota equivalente a 7.9. É um filme também recomendável para o uso acadêmico e pedagógico.

Filme aborda a educação de uma forma mais realista, pois fala de preconceito racial e a divisão entre os alunos

Escritores da Liberdade (Fredoom Writers) fala como a chegada da professora Erin Gruwell pode mudar os seus alunos e como eles começam a confiar uns nos outros, tornando a sala 203 a sua família.

Por Rafaella Andrelini Franco da Silva

Edição: Joana Tápea e Paula Bulka

       Escritores da Liberdade (Fredoom Writers) é um filme baseado em fatos reais. Sua história começa com a recém formada Erin Gruwell (Hilary Swenk) casada com Scott Casey (Patrick Dempsey), iniciando a carreira como professora em Long Beach (Los Angeles). É uma escola sem leis, com a violência a solta e com certas divisões entre os alunos. Na classe dos “avançados” havia regras e eles recebiam as melhores coisas, enquanto os alunos da sala 203 eram marginalizados.
       Devido às injustiças sociais e preconceitos, os alunos da sala 203 tinham como cultura proteger sua própria etnia, ou sua "família". É o caso de Eva (April L. Hernandez ), uma adolescente que desde pequena foi ensinada a proteger os seus, mas tudo isso muda quando ela é testemunha de um assassinato, e um de seus
colegas de classe é acusado. Quando a professora vê a situação daqueles alunos resolve mudar seus planos de ensino, porém a vice-diretora Margaret e outros educadores recusam-se a fornecer os materiais que ela solicitava. Então a professora Erin Gruwell (Hilary Swenk) resolve conseguir esses materiais por conta própria e começa a trabalhar em mais dois empregos.O que torna seu relacionamento com Scott Casey (Patrick Dempsey) mais difícil. Ela entrega para os alunos, além de livros novos, um diário para que eles escrevessem suas histórias. E vai envolvendo-se cada vez mais com elas.

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       A temática é muito bem apresentada, apesar de outros filmes como: Meu mestre, minha vida (1989), abordarem o tema da educação também.

       Escritores da Liberdade (Fredoom Writers) além de ser um filme emocionante, é um filme de superação. Evidencia as dificuldades que os professores têm para fazer com que seus alunos se interessem pelos estudos, e as adversidades pelas quais esses jovens passam.

       Não esperava que um filme que falasse sobre educação seria interessante, tinha minhas dúvidas. Porém, elas foram quebradas quando comecei a assisti-lo, pois ele te prende do começo ao fim: não importa quantas vezes eu o veja, sempre vou me emocionar.

       Em relação à atuação dos atores, foi excelente e cativante. Eles fazem você "mergulhar" na história, as emoções que eles passam aos espectadores são impecáveis e esse mérito também vai ao diretor Richard LaGravenese que em sua carreira já produziu muitos filmes, dentre eles Água para Elefantes, que não tem muito a ver com o assunto, mas também é muito bom. A trilha sonora realmente me agradou, principalmente a música "Dream", que fala exatamente o que é dito no filme
com o estilo mais hip hop.

       Eu o recomendo para todos, embora seja um filme com o aspecto mais sério, há partes que descontraem e fazem você gostar ainda mais. Uma obra sobre reflexão, Escritores da Liberdade (Fredoom Writers) alcançou todos as minhas expectativas, mesmo que não tenha recebido nenhum prêmio, fica como recomendação e você poderá gostar também.

Resenha crítica- Escritores da Liberdade (2007)

Críticas, opinião sobre o tema e um resumo do filme Escritores da Liberdade.

Por Emanuelle Viana de Freitas

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       O filme Escritores da Liberdade, lançado no dia 5 de janeiro de 2007 (EUA) , que é baseado em fatos reais, foi feito pelo roteirista e cineasta Richard LaGravenese, que também produziu P.S. Eu Te Amo, A Década Under The Influencer e Paris, Te Amo, e diversos outros filmes além da obra da qual vamos falar hoje. O filme fala sobre educação, e é considerado dos gêneros drama, adolescente ou até mesmo policial.
       Estrelado por Hilary Swank, que vive a personagem “Erin Gruwell”, uma jovem e insistente professora, a história se passa na maior parte do tempo na Escola Woodrow Wilson, em Long Beach, na Califórnia, por volta do ano de 1992, onde haviam muitas gangues e violência movidos principalmente, pela tensão racial. De início, a professora chega em seu novo local de trabalho toda esperançosa e cheia de sonhos, que não são bem recebidos por seus novos alunos. Recepcionada com uma realidade totalmente diferente daquela que imaginava, encontrando um universo preconceituoso, onde os educadores não tem pensamentos liberais e justos quanto e esses alunos de gangues, e onde os adolescentes tem sua juventude marginalizada. Através da educação e insistência, Erin acaba conseguindo mudar as atitudes de seus alunos, e fazendo com que onde antes haviam apenas atitudes ruins, agora tenha muita amizade e união! É claro que isso é apenas um breve resumo do filme! Afinal, sem muitos spoilers, não é?

       De minha parte, para ser sincera, não existem comentários ruins sobre o filme ou tema abordados, tudo que tenho a dizer são apenas elogios! O tema do filme é extremamente importante de ser abordado, pois você ou alguém que você conhece, pode até frequentar uma boa escola ou um bom bairro, mas você já parou pra pensar na quantidade de adolescentes que não podem frequentar a escola ou que não tem acesso a educação no mundo todo?! Ou aqueles que até tem escolas perto de si, mas que por problemas familiares ou por conta da violência não a frequentam?

       Por incrível que pareça, toda a realidade retratada, não está tão longe assim de nós, no nosso próprio país existem casos desse tipo. Às vezes, fazemos vista grossa para coisas que estão aqui, do nosso lado, e não incentivamos as mudanças. Mas mesmo diante de todo o cenário complicado do filme, ele apresenta uma grande e importante crítica: a educação pode mudar as vidas dos jovens, fazendo com que estes não tenham más atitudes ou hábitos, e que estejam preparados para o futuro. Como dito na própria trama, a luta começa dentro das salas de aula, com insistência e atenção, é mais que possível propor uma mudança de vida aos estudantes. E é esse o mais emocionante do filme, pois não é apenas uma história, é algo que aconteceu de verdade! Ainda, é apresentado que é possível viver com as diferenças, quebrar as barreiras e que nunca é tarde para uma mudança de atitudes.

       Os cenários apresentados são interessantes e se encaixam perfeitamente às situações. Quanto aos personagens e atuações, foram todos muito intensos, personagens muito bem interpretados, de tal modo que é como se conseguíssemos sentir tudo aquilo que ele vive como se fossemos nós mesmos. O elenco, que conta com nomes como: Hilary Swank, Patrick Dempsey, April Lee Hernández e Imelda Staunton, além de vários outros, atuou maravilhosamente bem.

       Por fim, é um filme brilhante, que infelizmente, não tem tanta visibilidade quanto deveria. Ele passa sensações de comoção, superação e surpresa, aquele filme de altos e baixos, além de transmitir valores! Lembre-se: nunca é tarde para uma mudança!

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