Mudanças
Por Fabiane Polli Santos
Tudo começou quando meus pais me falaram que íamos nos mudar para o bairro São Dimas. Naquele momento eu tinha ficado chocada e me veio um turbilhão de emoções, não sabia se era medo ou felicidade por estar me mudando para um lugar novo e assim ter a oportunidade de conhecer pessoas novas, mas isso não mudava o fato de que era uma mudança enorme na minha vida e na dos meu pais. Semanas se passaram após a noticia chocante que havia recebido e assim as mudanças haviam começado eu já estava sentindo saudade do meu antigo bairro e me recordando dos bons momentos que vivi ali e das amizades que já havia feito naquele lugar, o mesmo lugar onde eu nasci e cresci e do qual nunca iria me esquecer.
Durante o período das férias escolares me questionei diversas vezes se eu iria ser capaz de fazer novas amizades, pois eu nunca fui boa em iniciar uma conversa com alguém, esses questionamentos criaram em mim uma enorme insegurança.
Um mês se passou, mas os questionamentos ainda eram os mesmos. As férias haviam acabado, era hora de enfrentar meus pensamentos negativos e pensar apenas no melhor que poderia acontecer, era o que eu estava dizendo a mim mesma naquele momento, mas confesso que eu estava mentindo.
No primeiro dia de aula, logo quando cheguei na escola, eu senti uma onda de medo caindo sobre mim e quanto mais eu olhava ao redor com mais e mais medo eu ficava porque eu não sabia o que eu deveria fazer ou com quem eu deveria falar. Então apenas me sentei na arquibancada que tinha ali e esperei até o sinal tocar. Mas por que aquele momento pareceu uma eternidade sendo que só se passaram uns 10 a 15 minutos para que o sinal tocasse? Quando o sinal finalmente tocou, eu vi que todos estavam se sentando nas arquibancadas para receber informações e provavelmente para receber as boas vindas por mais um ano letivo. Após isso, fomos direcionados para as salas de aula. Quando olhei ao redor, me senti deslocada, pois todos já se conheciam e estavam conversando, era como se eu fosse uma peça de um quebra cabeça, mas que não se encaixaria ali.
Pouco tempo depois todos já haviam escolhido onde se sentar e continuavam conversando com seus colegas ao redor. Eu também havia achado um lugar, mas a única coisa que eu sabia fazer era olhar para frente, pensava se eu deveria tomar a iniciativa de tentar conversar com alguém, porém eu estava tão nervosa que eu acho que nunca seria capaz de fazer aquilo naquele momento. Fiquei na minha durante as três primeiras aulas, apenas observando meus colegas de turma e tentando imaginar como cada um deles seria. Sabe a famosa 1° impressão? Mas hoje eu posso dizer que eles são bem diferentes do que eu imaginei naquela época, também pude conhecer alguns professores, essas três primeiras aulas tinham sido um alívio para mim pude me acalmar e esvaziar a mente tirando dela algumas preocupações desnecessárias.
Parece que esse momento durou pouco, pois logo tocou o sinal para o intervalo, ou seja, seria mais um momento torturante para mim. Como eu não sabia para onde ir ou o que fazer, eu apenas fui em direção às arquibancadas e me sentei lá, apenas desejando que aquele momento acabasse o mais rápido possível, até que uma pessoa venho falar comigo. Ela era uma das minhas colegas de turma. Fiquei muito, muito feliz! Logo em seguida, ela me chamou para conhecer a escola e me apresentou a alguns colegas de turma, eu estava aliviada por não estar mais sozinha.
Semanas após o primeiro dia de aula eu já tinha uma melhor comunicação com alguns dos meus colegas de turma e já havia conhecido melhor a escola e também meus professores. Também já havia percebido que estudar no João Gueno e morar no São Dimas me traria novas experiências e hoje em dia eu posso dizer que, sim, o colégio João Gueno me levou a conhecer coisas novas a ter experiências que eu nunca imaginaria ter, agora eu percebo que mudanças podem ser assustadoras, mas você sempre irá aprender algo com elas.