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Em entrevista com os alunos do 2º A, Luciana Sousa Teixeira da Silva, atuante há 15 anos na área de Recursos Humanos, tira as principais dúvidas dos jovens sobre o primeiro emprego

Por Ana Carolina, Emily Gabrieli, Felipe Eduardo, Giovana Pereira, Mariana Lima, Maria Luiza e Renata Pereira 

Professora: Karen

Edição: Thiago Fedacz Anastacio

Como devo me comportar em uma entrevista de emprego?

Uma das primeiras coisas que devemos fazer é desligar o celular. Infelizmente somos julgados pela nossa aparência. Por isso, a forma como você conversa e se porta é levado em conta. É importante responder de forma objetiva e não divagar nas respostas. Se o recrutador der entrada para você falar da sua família, fale, mas sem estender muito. Eles são psicólogos. Existem alguns que avaliam até como você deixa a bolsa no chão. Se estiver nervoso, tente ficar com alguma coisa na mão, como uma caneta, para apertar de forma discreta. Isso ajuda aliviar a tensão e a não transparecer nervosismo. Dependendo do ambiente de trabalho, tente dar uma disfarçada no piercing e no alargador. Não use salto muito alto. Vá de tênis, calça jeans, camisetinha, como você se sentir confortável. Não vão de bermuda, chinelo e regata, de jeito nenhum.

Como devo responder a pergunta “objetivo” que tem no currículo?

Coloque dentro do objetivo o que você almeja, o que gostaria de fazer. Diga que gostaria de ser inserido no mercado de trabalho, que está buscando a primeira colocação, que gostaria de ter uma oportunidade, que tem uma fácil aprendizagem e tudo o mais. Coloque de uma forma boa, que agrade aos olhos do recrutador. Caso tenha experiência profissional, o que é muito difícil na idade de vocês alunos, mas caso tenha alguma experiência, por exemplo, por trabalhar com o seu pai, avô, etc. mesmo que não tenha certificado, pode colocar. É uma experiência curricular, não precisa que seja registrada em carteira, por isso pode acrescentar que vai ser bem-vindo.

Sites e grupos de conversa realmente são confiáveis, para arrumar emprego?

Não, eu falo isso por experiência própria. Sites de emprego são bons para quem tem um currículo bem carregado. Por exemplo, uma rede social profissional é o Linkedin. Ele seria o nosso Facebook, Instagram da vida, mas só com foco profissional. Caso queiram baixar para começar a procurar é uma boa pedida. Contudo, falando por experiência, nos sites de emprego existem centenas de pessoas adicionando currículos. Com o tempo, o seu currículo vai para baixo. Os robôs que fazem a coleta desse material geralmente vão pegar os 50 colocados recentemente. Pensem que uma pessoa que trabalha nos Recursos Humanos (RH), não vai filtrar cem currículos. Ela vai pegar 20, 50. Coloca-se o currículo hoje no site e de repente vai baixando e então eles não olham. O que eu acho mais viável para você que está iniciando é a Agência do Trabalhador. Não tem custo nenhum e você consegue ter contato direto com a pessoa que está atendendo. É muito mais fácil dessa maneira do que de repente ir para uma empresa ou agência muito grande.

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O que é analisado quando o candidato não tem nenhuma experiência?

Geralmente é a postura e a forma como você vai se apresentar. É como se fosse uma apresentação de um trabalho de escola, puxando para a sua realidade. Quando fazemos uma apresentação na escola, normalmente nos preparamos antes, temos que ter uma segurança do que estamos passando. Por mais que você saiba o conteúdo, é preciso passar para o professor a credibilidade de que realmente conhece aquilo que pesquisou e está apresentando. Para o recrutador não é muito diferente. Você vai falar sobre si mesmo, sem se estender tanto, claro. Mas também não vai ser uma sessão de “sim” e “não”. Como você não tem experiência profissional, o recrutador vai querer saber do entrevistado em si. Todos fazem aquela perguntinha: “Fale um pouco sobre você”. Responda dizendo: “Me chamo fulano de tal, tenho tantos anos, moro com tantas pessoas e tenho tantos irmãos”. Se apresente. Outra pergunta que costumam fazer é: “O que você quer ser?”  ou “No que quer se formar?” Se você souber no que quer se formar, diga: “Eu pretendo me formar em tal coisa, é uma meta que tenho, mas preciso dar o meu primeiro passo”. Você precisa ser o mais autêntico possível. Fale das suas metas a curto prazo e o que almeja. Pode ser que o recrutador te pergunte: “Daqui a 5 anos, o que você quer ser?” Seja sincero, não tente inventar, o recrutador percebe. É isso. Você pode não ter experiência profissional, mas vai conseguir passar a verdade no que estiver falando.

Fazer cursinhos é fundamental para conseguir um emprego?

Não necessariamente, depende de que área a vaga está ligada. No programa Jovem Aprendiz, por exemplo, eles não podem exigir experiência e isso está na lei. Afinal, o objetivo do programa é ajudar na inclusão do primeiro emprego. Há um contrato com a empresa que disponibiliza a vaga com um prazo determinado de 17 meses. É registrado em carteira, o Fundo de Garantia (FGTS) é recolhido – um pouco mais baixo do que o de emprego comum. Quando passam os 17 meses, o contrato encerra. Mas no caso de vagas comuns, (sem ser jovem aprendiz) quanto mais qualificação, melhor. Sobre os cursos, há alguns muito bons disponíveis na internet para os jovens, no SESI (Serviço Social da Indústria), no Sesc (Serviço Social do Comércio) e no Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial). É importante ver e descobrir os cursos gratuitos oferecidos por essas plataformas. Cursos na área administrativa, mecânica básica, eletromecânica, por exemplo, são muito bons e gratuitos. Os candidatos que cursam algo são vistos pelos recrutadores como pessoas que realmente têm interesse, principalmente em desenvolver-se profissionalmente. Em conclusão, na maioria dos casos quem tem algo a mais no currículo tem mais possibilidade de ser contratado. Por isso é essencial sair da nossa zona de conforto e procurar aprender mais.

O que devo estudar sobre a empresa que almejo entrar?

Isso é bem importante e, de certa forma, agrada muito a quem está fazendo a entrevista. Primeiro, verifique o nome da empresa. Se tem site, leia sobre a história da empresa, conheça um pouco sobre o lugar que você deseja trabalhar. Isso irá agregar muito na sua entrevista, pois demonstra que você está indo além. Sempre que puderem tentem fazer isso, é um ponto positivo muito importante para você.

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Que atividades escolares são importantes e agregam na hora de fazer um currículo?

Projetos que você tenha participado, seja no desenvolvimento ou na implantação do mesmo, além de experiências adquiridas no dia a dia. Os entrevistadores podem questionar como foi o projeto, como surgiu e qual foi a sua participação. Seja no projeto da revista mesmo ou na publicação de um livro, como no caso de alguns alunos do Gueno, falar sobre eles é muito importante para o processo seletivo.

O que não se pode fazer na entrevista de emprego?

Evite falar gírias e palavrões, o que às vezes é automático, mas procure não dizer. Se policiem bastante. Ficar mascando chiclete, ficar toda hora se olhando no espelho, estar relaxado na postura não é bem visto. Outra coisa, falar muito baixo, tente sempre falar de forma clara, mesmo que nervoso. Quando for conversar, evite gesticular, relaxe. Evite ir de boné, bermuda e chinelo, isso dá uma impressão de desleixo. Quando chegar no local da entrevista, evite ficar com o celular na mão, mesmo na espera. Isso demonstra desinteresse.  

Atualmente, piercing e tatuagem são um empecilho para conseguir emprego?

Depende do lugar em que você for fazer a entrevista. É preciso ter um pouco de cuidado com os alargadores, às vezes os donos das empresas não gostam muito. A tatuagem em si não é tão discriminada quanto o piercing, por exemplo. Mas alguns lugares são mais rigorosos. Tente dar uma disfarçada, se for possível. Mas não esconda do recrutador, pois quando descobrirem vai ter uma quebra de confiança. Quando for fazer a entrevista questione se há algum problema, seja verdadeiro.