Dificilmente Fácil
Por Francisco Rosenente Neto
Houve um dia, há muito tempo... ou... nem tanto tempo assim... mas, enfim! Naquele dia minha sala teria uma aula diferenciada, as tão esperadas aulas diferenciadas, que muitas vezes provocam uma enorme agitação! Estávamos participando de um projeto com o NCEP, que ficou muito famoso na nossa escola pela produção do livro “O Meu, O Seu, O Nosso São Dimas e do blog Gueno News.
A professora pediu-me para ir a frente e abrir a sala de informática para dar continuidade no projeto que ainda não se encontrava pronto, já que eu havia terminado a tarefa encarregada a mim e a meus colegas. Fui em direção à secretaria, peguei a chave da porta e caminhei diretamente até a sala que deveria ser aberta. Claramente seria uma tarefa muito fácil... apenas abrir uma porta!
Quando cheguei a porta me deparei com três trancas de tetra-chave (chave com forma de +). Embora tivesse o conhecimento básico para abrir uma porta, não sabia qual tranca deveria abrir ou qual delas realmente estavam trancadas! Logicamente comecei pela tranca central: coloquei a chave na fechadura e girei-a no sentido horário convicto que assim, abriria a porta que separava a mim e a meus colegas da aula pela qual tanto esperávamos. Assim que senti que a chave tinha chegado ao fim de sua curta, mas importante jornada, a fim de conceder uma passagem para uma aula que seria muito importante para o projeto, que futuramente resultaria no livro e no blog que realizamos. Girei a maçaneta e ... a porta ainda estava fechada!
Então parti para a segunda fechadura que ficava um tanto próximo do chão. O molho de chaves possuía apenas duas chaves que se encaixavam nas fechaduras. Tentei usar a outra chave; consegui com um pouco de dificuldade. Girei a chave para abrir a porta: mais uma tentativa em vão!
O próximo passo seria retirar a chave e tentar abrir pela fechadura de cima, e foi o que tentei fazer, porém agora a chave, por algum motivo, se recusava a sair; talvez estivesse fazendo uma greve por trabalhar o dia todo na escola e não receber salário algum.
Percebendo que talvez eu estivesse um pouco equivocado sobre a minha capacidade de abrir portas, voltei a sala e pedi a professora para que algum dos meus colegas viesse me ajudar.
O primeiro colega que veio me ajudar felizmente conseguiu girar a chave e retirá-la. Então partimos juntos para a última tentativa: a fechadura de cima. Entretanto, dessa vez, retirar a chave se tornou algo impossível! Depois de muito tentar, admitimos nossa derrota, que em boa parte foi causada por mim e pedimos ajuda para a professora, explicando todo o ocorrido, que pensando bem, é o que eu deveria ter feito! Ela pediu então para que a monitora da turma ajudasse a abrir a porta. Nesse momento eu estava totalmente desesperado, cogitando que teria que pagar por uma porta nova, o que seria muito difícil, já que esse tipo de porta reforçada é muito cara!
A nossa colega monitora se surpreendeu com a capacidade de fazer “burradas”; mas nem tudo estava perdido: decidimos pedir ajuda para a “tia” da secretaria que visivelmente era uma das últimas cartas na manga que teríamos para tentar resolver o problema. Ela veio até a porta, me preparei para a bronca que levaria, quando milagrosamente a chave foi retirada da fechadura, como um passe de mágica. Foi quase como se o MR. M estivesse com pena de mim e viesse me ajudar!
Não sei o porquê ela não perguntou o que aconteceu, mas não precisamos contar sobre o que aconteceu.
Talvez um dia eu me especialize no assunto, vire um professor de um curso sobre como abrir as mais diversas portas da forma correta. Como se chamaria? Talvez “Portologia”!