por Aghata Medeiros
Andando pela Rua Severo Taverna vejo muitas coisas: crianças vindo da escola e alunos do Colégio Estadual João Gueno indo comprar bolo na banquinha de doces da Dona Frida.
Percebo que não sou bem-vindo. Algumas pessoas me afastam e não querem que eu fique parado ali. Não tenho pai, nem mãe. Fui abandonado quando bebê e logo tive que aprender a me virar sozinho.
Na rua, procuro comida e lugar para dormir. Não é fácil. Às vezes tenho comida e às vezes não. Já procurei o que comer até no lixo! E nem sempre tenho onde dormir.
Mas talvez eu não esteja tão sozinho. Tenho um amigo que sempre está comigo, me ajudando a encontrar comida e um lugar para dormir. Já vivemos muitas aventuras juntos, uma delas foi quando fomos até a padaria e ganhamos comida e carinho. Foi muito bom.
Às vezes, acho que ninguém quis me adotar por causa da minha deficiência em um dos olhos, que me torna diferente. Mas isso não me prejudicou em nada, consigo enxergar normalmente com meu único olho e vivo andando pelas ruas do São Dimas.
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