A falta de segurança no transporte público

Furtos, assédios e superlotação revelam os desafios enfrentados por quem depende do transporte coletivo na capital paranaense

Por Melissa Barros, Wesley Bach, Thaylor Borges, Nykolas Davi da Silva Freitas, Robertson Filho e Estefani Silva

Terminal Guadalupe. Foto: Emanuelle Viana de Freitas

A falta de segurança se tornou uma grande preocupação para moradores da cidade de Curitiba. Diariamente, as pessoas confiam nesse meio de transporte para levá-las até seu trabalho, escola, entre outros. Mas a sensação de insegurança afeta a qualidade do transporte para os usuários. 

Baixa vigilância e policiamento

Devido à falta de oficiais responsáveis, má qualidade de iluminação e as poucas câmeras espalhadas pelos terminais e ônibus, esses locais se tornam alvos fáceis para assaltantes, ladrões e criminosos. “Já me roubaram carteira, celular e mochila no ônibus, e isso não só comigo, mas com minha filha também. Não dá pra saber se é seguro ou não”, afirma Eduardo Silva, usuário de transportes públicos. 

Os inúmeros casos de assédio

Esses problemas vão além de furtos e assaltos, se estendem para a agressão física, verbal e o assédio sexual, que não só afetam a vítima de forma física, mas também mental e emocional. “Eu morro de medo de pegar ônibus sozinha, mas não posso fazer nada, tem que trabalhar, né?”, relata passageira que preferiu não se identificar. Em 2021, a CNN Brasil realizou uma pesquisa que apontava que a cada dez mulheres, oito haviam sido vítimas de importunação sexual no ônibus. 

Superlotação

A superlotação nos horários de pico também é algo que atrapalha a qualidade de vida e diminui a segurança. De acordo com uma pesquisa da URBS (Urbanização de Curitiba), feita em 2017, dos 1280 ônibus em funcionamento, 270 não deveriam estar circulando por já terem atingido o tempo limite de fabricação. “Às vezes o ônibus está tão cheio que parece que vai cair gente para fora”, diz Jackeline Ribeiro dos Santos, usuária diária do transporte público.